27 de setembro: Dia Nacional do Idoso
Criado em 1999 por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial do Idoso é uma data especial para se pensar sobre os direitos e dificuldades encontradas pela população acima de 60 anos. A reflexão, especialmente nos tempos atuais, em que a longevidade avança enormemente, é fundamental para avançar nas políticas públicas voltadas para a terceira idade e também para que os próprios idosos e seus familiares possam redefinir alguns conceitos e significados.
No Brasil, ainda são tímidas as políticas públicas voltadas para os idosos. Vigoram a gratuidade no transporte público na cidade de origem, o atendimento preferencial no Sistema Único de Saúde (SUS), os descontos em atividades culturais, a farmácia popular e, recentemente, a polêmica gratuidade em estacionamentos.
Questões como a criação de instituições públicas geriátricas que proporcionem um estilo de vida com qualidade, o papel da família no cuidado e orientação aos idosos, a ampliação da lista de medicamentos com desconto e orientação nutricional específica para terceira idade, por exemplo, ainda não foram discutidas.
De qualquer forma, especialistas consideram um avanço a aprovação, em setembro de 2003, do Estatuto do Idoso, estabelecendo os direitos dessa crescente parcela da população, mas garantir esses direitos ainda é um desafio. O artigo 4º, por exemplo, diz que nenhum idoso pode sofrer qualquer tipo de negligência, discriminação e violência. Porém, várias denúncias chegam diariamente aos serviços especializados, e os principais responsáveis são na maioria das vezes as próprias famílias dos idosos.
Outro aspecto a se considerar é que o idoso de hoje é muito mais ativo, incluindo milhares de mulheres que já trabalhavam fora. Aos 60, 70, 80 e mesmo 90 anos, esses senhores e senhoras não ficam apenas em casa. Eles caminham, fazem outras atividades físicas, pintam, passeiam, ajudam a tomar conta dos netos, navegam na internet e muitas vezes mantém ainda alguma atividade laboral. Há de se pensar meios de prolongar a qualidade de vida desta população que, em 10 anos, representará cerca de 30 milhões de brasileiros.