Após aposentado, associado vira produtor rural

Que tal uma água de coco e um palmito de pupunha? Gostou? Essa é a atividade a que se dedica nosso associado  Manuel Fernando Ruiz Calicchio. Em 2000, mesmo ano em que se aposentou, Manuel Calicchio comprou terras em Saquarema, iniciou sua plantação e hoje fornece para uma cadeia de restaurantes no Centro, Zona Sul e Barra da Tijuca (RJ).

Como surgiu a ideia de virar um empreendedor agrícola?
Manuel Calicchio:
Eu trabalhei muitos anos cedido ao Incra - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -, em assuntos ligados à posse e ao uso da terra, reforma agrária, etc. Então já tinha contato com essa área e não queria simplesmente 'vestir o pijama' depois de aposentado. Aí adquiri 16 hectares em Saquarema e dei início ao plantio de coco e palmito de pupunha. Já se vão 15 anos de dedicação.

E o senhor está satisfeito?
Manuel Calicchio
: Olha, não, porque nenhum pequeno produtor rural neste país está satisfeito. A situação é muito complicada, há apoio para a agricultura familiar e para os grandes produtores de soja, de milho, para os criadores de gado, para esses existe crédito à vontade. Já o pequeno não consegue linhas de crédito nem suporte à produção ou à comercialização. Nada é favorável.

Desde que se aposentou o senhor partiu para esta área?
Manuel Calicchio:
  Sim. Ainda no SERPRO, fiquei cedido ao Incra de 1995 a 1999 e lá criamos o núcleo de estudos agrários NEAD, época em que eu trabalhei em Brasília, basicamente, depois de dois anos como Diretor Superintendente (86-88) e de sete anos cedido à Câmara Federal. Em 2000, quando me aposentei, comecei a plantar, mas não exclusivamente. Tive outras atividades relacionadas à informática: de 2003 a 2005, trabalhei no Ministério da Ciência e Tecnologia, como encarregado do gabinete do ministro no Rio; e de 2007 a 2009, trabalhei no INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Paralelamente, mantinhas as atividades em Saquarema, onde vou toda semana. Agora forneço palmito para a cadeia de restaurantes Delírio Tropical.

Além de continuar na ativa, o senhor também pratica algum esporte, gosta de viajar?
Manuel Calicchio:
  Sempre pratiquei natação e tênis, então, nas horas de folga, a gente cuida disso, sim. Quanto a viagens, viajei muito a trabalho e fiz várias viagens a lazer também. Faria mais, se as condições financeiras permitissem.

Alguma mensagem para os associados da ASPAS?
Manuel Calicchio:
A mensagem fundamental é não parar, prosseguir com a vida ativa. Sobretudo, não perder as esperanças de que as coisas vão melhorar e procurar contribuir da maneira que puder para que o Brasil consiga ir adiante, enfrentando essa cleptocracia que vem "desgovernando" o país nos últimos anos.